WTCC – CORRIDA DE PORTUGAL: ANTEVISÃO
É chegado o grande momento! A espera terminou e a 7ª ronda do WTCC estás prestes a começar. Pouco menos de um ano após a estreia no calendário do mundial de turismos, a pista de Vila Real volta a acolher Lopez, Monteiro, Huff e companhia, para a ronda que inicia a 2ª metade do campeonato que coincide com a última prova em solo europeu.
Com um traçado diferente daquele que lhe valeu o título de melhor circuito europeu nos anos 60/70, Vila Real voltou a entrar para a história em 2015 e este ano volta às luzes da ribalta. O traçado de 4.775 Km que percorre as ruas da cidade transmontana, encantou pilotos e responsáveis ao ponto de chamarem Vila Real de “mini Macau”. Nós não gostamos desse nome, pois a história do Circuito é tão grande que não se coaduna com comparações, embora neste muito elogiosa.
O grande segredo de Vila Real? A paixão das suas gentes pelas corridas, algo que foi bem visível pela afluência de público na última edição. Se por um lado foi pena perder a Boavista, a entrada de Vila Real encantou tudo e todos e quem sabe poderá estar aqui o futuro grande palco a nível internacional. Os recordes pertencem ao suspeito do costume… Péchito Lopez que fez 1:58:515 em qualificação e 2:00:873 em corrida.
O traçado caracteriza-se pela fluidez e rapidez, com curvas médias e rápidas, sendo o expoente máximo as curvas depois da recta de Mateus, um teste à estabilidade das máquinas e à coragem dos pilotos. No ano passado foram várias as queixas por causa das exageradas chicanes que a FIA impôs. Para este ano a famosa chicane de Mateus foi alterada, apresentando um desenho bem mais apelativo que a anterior. Se resultará em mais ultrapassagens será algo que só no dia das corridas seremos capazes de perceber.
Pontos de Interesse:
Citroën: José Maria Lopez tem uma grande vantagem no campeonato e poderá começar a partir de agora gerir a sua vantagem, no entanto o argentino não tem como costume poupar no andamento e já no ano passado não facilitou, esperando-se o mesmo comportamento do piloto Citroen. Já de Muller espera-se mais. O francês mantém a toada morna este ano, não encontrando soluções para melhorar o andamento mostrado até agora. Será capaz de dar a volta em Vila Real?
Honda: Todas as atenções estarão voltadas para Tiago Monteiro. O piloto português joga “em casa” e conta com o muito apoio do público. No ano passado o fim de semana não correu da maneira como pretendia e este ano quer rectificar o sucedido, no entanto a Honda teve um aumento de peso significativo para a prova portuguesa o que pode prejudicar as aspirações de Monteiro. Do outro lado da garagem estarão dois dos principais adversários do piloto português…Michelisz adaptou-se muito bem à pista no ano passado e foi dos melhores pilotos nesse fim de semana e Huff é um especialista em traçados citadinos, embora no ano passado não o tenha mostrado. Espera-se que os Honda se apresentem um andamento melhor do que se viu no ano passado no traçado transmontano.
Lada: Os russos viveram momentos de sonho na última ronda do WTCC, dominando por completo a qualificação e as corridas, algo inesperado mas que as condições climatéricas ajudaram a que acontecesse. Para a ronda portuguesa os russos vão aparecer com 70kg de lastro o que vai complicar sobremaneira o rendimento dos carros. Catsburg tem sido o piloto em destaque até agora na equipa, mas no ano passado foi destaque pela negativa em Vila Real, tendo-se envolvido em toques e acidentes chegando até para “baptizar” uma curva com o seu nome. Mas já muito tempo passou desde então e o piloto que dava os primeiros passos no WTCC está agora ambientado à competição e ao carro. Tarquini é um garante de experiência e pontos, ele que esteve bem no ano passado no circuito português. Já Valente tem vindo a subir de produção tentando ser mais regular e menos problemático. Vila Real será a prova de fogo para um piloto que esteve abaixo do rendimento dos colegas na prova anterior e terá de mostrar algo mais em Vila Real…sem errar!
Volvo: Os suecos têm acumulado azares e falhas técnicas ao longo de 2016. Vila Real poderá ser uma pista favorável aos suecos que têm um bom chassis e são os únicos que se mantêm com lastro zero. Mas o desconhecimento da pista poderá ser um factor determinante na prestação dos pilotos. Não apostamos muito neles mas estamos confiantes que farão uma boa prestação. A grande novidade é a troca de Ekblom por Robert Dahlgren, que já competiu no V8 Supercars. Dahlgren será piloto do 2º S60 até ao final da época.
Privados: Pela primeira vez este ano vão apresentar lastro nos carros (10kg), cortesia de James Thompson que esteve brilhante na Rússia. Para Vila Real a exigência da pista poderá por em causa a prestação dos pilotos dos Cruze, mas Coronel mostrou no ano passado que pode ter uma palavra a dizer na luta pela 10ª posição na qualificação e consequente pole para a corrida de abertura. Thompson é também um nome a ter em conta. Mas os grandes favoritos são sem dúvida Chilton e Bennani com os poderosos C-Elysée a dar a vantagem aos pilotos. Chilton é o nosso favorito pois parece-nos que se adapta melhor aos traçados mais exigentes, mas no ano passado Bennani esteve bem e poderá ganhar ainda mais vantagem no troféu WTCC.
Fábio Mendes
Chicane Motores para o CIVR