Yago Dora é o campeão do Azores Airlines Pro 2017 presented by Seat
Mantendo a tradição deste evento, o surfista brasileiro Yago Dora venceu hoje o Azores Airlines Pro 2017 presented by Seat, amealhando uns importantes 6.000 pontos para o ranking mundial de qualificação, bem como 25.000 dólares de premiação monetária.
Yago, que até ao ano passado raramente competia, é cada vez mais visto como a resposta brasileira ao actual campeão mundial, o havaiano John John Florence. As semelhanças são enormes… ambos têm um repertório muitíssimo completo, surfam com um estilo bastante relaxado, são extremamente surpreendentes, têm o cabelo grande e encaracolado e sorriem muito. As diferenças – JJ Florence é loiro e regular (coloca o pé esquerdo à frente, na prancha) e Yago Dora é moreno e goofy (coloca o pé direito à frente, na prancha). Antecipam-se interessantes disputas, no CT de 2018.
O jovem de 21 anos, que com este resultado subiu à segunda posição do ranking de acesso à elite mundial e praticamente garante os pontos suficientes para a sua entrada no Championship Tour de 2018, foi o sexto surfista brasileiro a vencer a prova açoriana, em nove edições.
“Nem quero acreditar!”, afirmou Yago após a vitória. “Este é a minha segunda vitória este ano, em provas deste nível. Ainda por cima aqui nos Açores, onde me sinto tão bem recebido e onde sei que o meu tipo de surf encaixa bem. Já no ano passado fiz aqui um quinto lugar e fiquei logo a amar estas ondas e esta ilha! Não quero deslumbrar-me já, em relação à possível qualificação, mas posso dizer que todos os campeonatos são importantes e que gosto de levar todas as baterias a sério. Uma por uma. Agora vou ficar aqui em Portugal cerca de um mês, a treinar para o próximo evento, que será em Cascais. Espero apanhar boas ondas. Obrigado a todos os que vieram aqui à praia e me apoiaram! Valeu Açores!”, concluiu o sorridente Dora, que foi o surfista mais em forma ao longo dos últimos três dias, consecutivamente a fazer algumas das melhores ondas e totais de cada fase.
Em boas ondas de um metro, um pouco mexidas pelo vento moderado, Yago bateu o seu compatriota Michael Rodrigues numa final bastante renhida, que teve os dois surfistas na liderança, alternadamente. Michael não conseguiu a vitória mas ainda assim conseguiu fazer a sua segunda final em etapas de 6.000 pontos, em cinco dias apenas (Michael foi igualmente finalista na etapa galega, no domingo passado).
“Estou muito feliz com mais esta final,” afirmou o surfista de 22 anos. “É claro que quando chegas a uma final só pensas em vencer, mas não deixo de me sentir orgulhoso por ter conseguido conquistar 9.000 pontos para o ranking mundial, em apenas uma semana! Espero conseguir manter este bom momento de forma e voltar a fazer um bom resultado em Cascais,” concluiu Rodrigues, que com este resultado ascende ao Top 5 do ranking.
Nas meias-finais, em terceiro lugar ex-aequo, ficaram o último representante anglo-saxónico, o australiano Wade Carmichael e o também brasileiro Bino Lopes, curiosamente dois surfistas que nos últimos anos têm ficado “à porta” da elite mundial. Ao que parece, isso não os tem desmoralizado, uma vez que mantêm um bom ritmo competitivo.
Nos quartos de final, disputados logo pela manhã, terminaram as suas prestações em quinto lugar o australiano Davey Cathels, o brasileiro Peterson Crisanto e os espanhóis Gony Zubizarreta e Aritz Aranburu. Mesmo com esta excelente prestação, Gony não conseguiu voltar à liderança do ranking europeu, ainda mantida pelo francês Jorgann Couzinet.
Terminou assim a nona edição do Azores Airlines Pro 2017 presented by Seat, que contou com 144 atletas e disputou-se ao longo dos últimos quatro dias. Em jeito de balanço, Rodrigo Herédia, da organização, lembra que “os brasileiros estão de facto muito fortes neste circuito e aqui nos Açores, com seis vitórias em nove edições. São umas máquinas competitivas! Normalmente quem vence aqui acaba qualificado para o CT, por isso acho que os dois finalistas estão muito bem encaminhados. Isso reforça o papel estratégico deste evento na carreira dos atletas, o que contribui para a visibilidade dos Açores no mundo. Para o ano gostaríamos de fazer uma grande edição deste campeonato, comemorativa do décimo aniversário, assim todas as entidades envolvidas o desejem também. Como temos demonstrado ao longo desta década, remando todos para o mesmo lado, como no surf, conseguimos alcançar objectivos que nos pareciam utópicos há 10 anos. Obrigado a todos os envolvidos e até para o ano!”, concluiu.