O Brunel e o Dongfeng lutam lado a lado pela vitória
O veterano da Volvo Ocean Race, Bouwe Bekking, prevê uma chegada ao photo-finish para a 7.ª, entretanto a sua equipa, o Brunel, tem uma pequena vantagem sobre o Dongfeng Race Team, últimas 36 horas têm sido disputadas metro a metro.
Menos de seis quilómetros separam os dois barcos, e com 400 milhas até à linha de chegada em Itajaí, no Brasil, Bekking diz que vai ser uma luta até ao fim.

Além de um momento onde o Dongfeng os passou temporariamente, há exatamente 36 horas, o Brunel tem liderado a etapa nas últimas 3.000 milhas nos Mares do Sul e no Atlântico.
Mas o skipper holandês Bouwe Bekking, o velejador mais experiente da regata, sabe que não deve assumir que tem a etapa controlada e, como tal, está a mentalizar a sua equipa para uma última batalha com o Dongfeng.
“A boa notícia, é que estamos a devorar rapidamente as milhas em direção ao final”, disse Bekking. “Nas últimas cinco horas, fizemos uma média de 24 nós!
“Podemos achar que estamos a ganhar alguma vantagem, mas não, ganhamos apenas duas milhas ao Dongfeng. Eles estão a esforçar-se muito, para conseguir os três pontos para o vencedor da etapa.
“Chegamos a achar que tínhamos uma vantagem razoável mas a corda elástica diminuiu novamente. Na verdade, não existe mais, já que a previsão é que temos dois minutos de diferença.”
“Será uma batalha entre o autocarro amarelo e o vermelho, nas próximas 36 horas.”
À medida que a temperatura da água e do ar sobe, os tripulantes do Dongfeng estão a começar a arrumar as memórias do brutal desconforto nos Mares do Sul, enquanto navegam para norte.
“Acabamos de passar a alta pressão, e o nosso mundo mudou completamente nas últimas 24 horas”, disse Charles Craudelier, skipper do barco chinês.
“A temperatura da água subiu de 9 para 20 graus, e o ar de 3 para 18 em 48 horas.
“Acho que nossos corpos e as nossas mentes estão aliviados por estarmos livres da pressão e dos medos dos Mares do Sul, agora podemos começar a relaxar. Quando navegamos nessa zona temos que desligar o cérebro para esquecer os medos, o frio e a humidade.
“Agora temos 48 horas para tentar passar o Brunel, mas primeiro temos que terminar a etapa sem partir o nosso barco. A maioria da frota teve problemas e a nossa prioridade agora é acabar. ”
A equipa do AkzoNobel permanece em num confortável terceiro lugar, a 200 milhas dos primeiros, mas também tem uma vantagem de cerca de 240 milhas para o quarto colocado, o Turn the Tide on Plastic e o MAPFRE em quinto.
As equipas de trás estavam hoje a tentar escapar das garras do sistema de alta pressão, cujos ventos ligeiros estão a atrasar a sua chegada a Itajaí.

Ambas as equipas sofreram danos significativos nesta etapa – a calha principal do MAPFRE ficou danificada no início da etapa, e a vela grande acabou por ficar rasgada em dois, enquanto o mastro Turn the Tide on Plastic estava em perigo devido a um problema num vau. (os suportes horizontais que ajudam a suportar o mastro).
Portanto, uma mudança das condições implacáveis do Oceano Antártico foi bem-vinda. Para o Turn the Tide on Plastic, os ventos mais ligeiros e o mar plano fizeram com que a equipa pudesse fazer uma boa reparação, e estão de volta a 100 por cento, com o mastro em condições.
Por outro lado, as condições mais leves significam que estarão no mar por mais tempo, e ambas as equipas podem demorar mais três dias do que os primeiros, a cruzar a linha de chegada.
“De um extremo ao outro – aqui estamos a tentar navegar para norte sem vento, através de uma alta pressão”, disse o skipper do MAPFRE, Xabi Fernández. “Está tudo bem, eu ainda não vi ninguém a protestar, já que estamos felizes por ter uns dias tranquilos.
“Ainda estamos a lutar para recuperar mais um lugar, por isso temos a motivação em alta para navegar corretamente e o tempo não para.
“Desde que içamos a vela grande reparada, continuamos a olhar para cima e parece que está tudo seguro, e isso é uma boa notícia para nós. A calha do mastro também parece bem e estamos a seguir os tempos de rota mais ou menos bem. Isto dá-nos mais cinco dias de navegação!
A previsão de chegada para o par líder, é a partir das15:00 UTC de amanhã (terça-feira), embora uma zona com calmarias na chegada possa atrasar isto por várias horas. A equipa AkzoNobel prevê terminar 36 horas depois, com os dois últimos a chegar lá para o fim de semana.
O SHK / Scallywag continua a avançar para a costa do Chile, enquanto o Vestas 11 Hour Racing continua nas Ilhas Falkland a estudar a melhor hipótese de sair de lá.
7ª etapa – Classificação geral – Segunda-feira 2 de abril (Dia 16) – 17:00 UTC
1 – Team Brunel – distância até ao final – 337,98 milhas náuticas
2 – Dongfeng Race Team +4,64
3 – AkzoNobel +228,86
4- Turn the Tide on Plastic +534,80
5 – Mapfre +611,69
6 – Vestas/11th Hour Racing – sus
7 – Sun Hung Kai / Scallywag – sus