– JOANA SILVEIRA E PEDRO LENCART À TERCEIRA FOI DE VEZ
OS CAMPEÕES NACIONAIS AMADORES A NÍVEL INDIVIDUAL TERMINARAM A ÉPOCA EM BELEZA, COM UM TRIUNFO NUMA PROVA QUE JÁ PERSEGUIAM HÁ ALGUM TEMPO, IMPEDINDO OS IRMÃOS BESSA DE IGUALAREM UM RECORDE NACIONAL
Joana Silveira e Pedro Lencart mostraram que não foi por acaso que em abril sagraram-se campeões nacionais individuais amadores. Com apenas 16 anos, têm vindo a progredir todas as épocas e terminaram a temporada de torneios da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) com a sua primeira vitória no Campeonato Nacional de Pares Mistos.
Os jogadores do Club de Golf de Miramar somaram duas voltas de 60 pancadas ao campo público do Jamor, no Centro Nacional de Formação de Golfe, situado no concelho de Oeiras, para totalizarem 120 pancadas, 16 abaixo do Par.
Joana Silveira e Pedro Lencart já eram os líderes aos 18 buracos e cimentaram essa posição no final da prova, vencendo com uma vantagem de 5 pancadas em relação aos campeões de 2014 e 2015, os irmãos Leonor e Tomás Bessa, também eles de Miramar, que apresentaram cartões de 63 e 62.
Apesar do tempo chuvoso, sobretudo no primeiro dia, o torneio disputado na modalidade de ‘fourball’ (cada jogador usou a sua própria bola e no final de cada buraco aproveitou-se o melhor resultado) captou 11 pares participantes, uma clara melhoria em relação às oito equipas que tinham jogado em 2015, também no Jamor.
Parte deste sucesso ficou a dever-se à dinâmica do Club de Golf de Miramar, sediado em Vila Nova de Gaia, que enviou três equipas e dominou completamente a competição, dado que também o 3º lugar pertenceu a uma dupla sua, constituída por Rita Costa Marques e João Maria pontes, que fizeram voltas de 63 e 66.
Rita Costa Marques e João Maria Pontes partilharam o 3º posto com outro conjunto que também somou 129 pancadas, 7 abaixo do par, formado por Leonor Medeiros e Vítor Jesus, que agregaram voltas de 66 e 63. Leonor Medeiros e Vítor Jesus representam o Quinta do Peru Golf & Country Club, em Azeitão, que enviou duas formações, tal como o Club de Golf de Vilamoura, havendo ainda equipas do Clube Laranjas, Vila Nova de Santo Estêvão, Barmen e Paredes.
Se há um ano, no mesmo campo, houve cinco pares em oito a baterem o Par do Jamor, desta feita houve sete equipas em 11 a fecharem o 36º buraco em “números vermelhos”, mostrando nítida evolução qualitativa, para além de quantitativa, apesar de, curiosamente o resultado dos campeões ter sido exatamente igual em 2015 e 2016, de 120 (60+60), -16.
Joana Silveira e Pedro Lencart só sofreram 2 bogeys, 1 em cada volta, mas Leonor Bessa e Tomás Bessa até tiveram melhor registo neste capítulo, com apenas 1 pancada perdida. Os irmãos Bessa fizeram mesmo 1 eagle no último dia, mas a vitória decidiu-se mais pela capacidade de converter birdies: 18 para os campeões e 10 para os agora vice-campeões. Como referiu Pedro Lencart, «é um campo propício a birdies».
Nelson Ribeiro, o treinador do Club de Golf de Miramar, que viu o seu clube somar tantos títulos este ano, só podia estar satisfeito por regressar a casa com três equipas nos três primeiros lugares. E apesar de insistir sempre numa atitude de neutralidade em relação aos seus atletas, não recusou dar a sua versão técnica ao Gabinete de Imprensa da FPG: «A diferença entre os 1º classificados e os 2º residiu na capacidade de se “cobrirem” nos buracos menos bons. O par campeão só teve um buraco em que os dois jogadores estiveram menos bem, nos 36 buracos da prova, enquanto o par vice-campeão teve três. Essa foi a diferença».
Os novos campeões nacionais de pares mistos vêm de um ano histórico para eles. Joana Silveira venceu o Campeonato Nacional Absoluto (Amador) Peugeot e terminou o ano como a nova nº1 do Ranking Nacional BPI, ou seja, foi a melhor amadora portuguesa em 2016. Pedro Lencart também ganhou o Campeonato Nacional Absoluto (Amador) Peugeot, mas destacou-se sobretudo por ter conquistado o mais importante título da história do golfe nacional no escalão de sub-16, o The Junior Open, na Escócia, um ‘Major’ mundial neste escalão etário.
Seria, por isso, natural que pudessem não valorizar tanto um Campeonato Nacional de Pares Mistos, e ainda mais em final de época, mas Nelson Ribeiro frisa que em Miramar «participamos em todas competições do calendário da FPG e este é um Campeonato Nacional». «Apenas questionámos quem tinha disponibilidade para participar e os jogadores emparceiraram com quem se sentiram melhor».
Daí que Joana Silveira sublinhe: «Teve um significado importante para mim e fiquei contente por ter terminado o ano com uma vitória num Campeonato Nacional. À semelhança dos outros anos, gostei muito de jogar com o Pedro. Ele é um excelente jogador. Acho que evoluímos como par, relativamente aos últimos dois anos».
Pedro Lencart corroborou essa ideia e acrescentou porque razão se tratou, apesar de tudo, de um êxito saboroso: «É um título com algum valor, porque, para além de gostar de jogar com a Joana e conhecermo-nos muito bem, esta é uma prova que já tínhamos jogado por duas vezes e tínhamos ficado em 2º e 3º lugar. Este ano vínhamos com o objetivo de ganhar pela primeira vez. Foram dois bons dias, nos quais conseguimos ser os mais consistentes».
É caso para dizer que à terceira foi de vez, depois de terem partilhado o 2º posto com Susana Ribeiro e Gonçalo Costa em 2014 no Lisbon Sports Club, em Belas, e de no ano passado terem terminado em 3º no Jamor. Os vice-campeões de 2015, Rita Félix e Gonçalo Costa, não participaram este ano.
O que Joana Silveira e Pedro Lencart provavelmente não sabem é que impediram Leonor e Tomás Bessa de igualarem o recorde nacional de mais títulos (alternados ou consecutivos) de uma mesma equipa no Campeonato Nacional de Pares Mistos. Só houve uma equipa tricampeã, a de Sofia Pimenta e Ricardo Oliveira entre 2000 e 2002 e os irmãos Bessa procuravam igualar esse feito.
Em contrapartida, bicampeonatos como os de Leonor e Tomás Bessa em 2014 e 2015 houve os de Magda Carrilho e Miguel Gaspar em 2008 e 2009, Marta Vasconcelos e Tiago Rodrigues em 2004 e 2005, Branca Ferreira e Alexandre Barroso em 1995 e 1996.