A artista que encanta robôs
- Madeline Gannon, oradora da Masterclass by SEAT no Sónar+D 2019, o Congresso Internacional de Criatividade e Tecnologia de Barcelona, desenvolve formas de se comunicar com robôs através da linguagem corporal
- A encantadora de robôs visita pela primeira vez uma fábrica de automóveis, a SEAT em Martorell, que conta com mais de 2.000 autómatos
- Um algoritmo de pintor, um artista humanoide ou o acelerador de partículas do Louvre, são exemplos de tecnologia aplicada ao mundo da arte
432.500 dólares. Este é o montante pelo qual uma obra pintada por um algoritmo foi adjudicada num leilão na sala Christie’s de Nova Iorque. A obra “Portrait of Edmond de Belamy” é apenas um dos mais recentes exemplos de como a tecnologia e a inteligência artificial se introduzem numa atividade que parecia estar reservada aos humanos, a arte.
Mas há mais, por exemplo, a humanoide AI-DA, a primeira artista robô do mundo, ou o AGLAE, um acelerador de partículas que funciona no Museu do Louvre, e… a encantadora robôs. É assim que é conhecida Madeline Gannon, artista, investigadora e speaker de uma Masterclass by SEAT no Sonar+D 2019, o Congresso Internacional de Criatividade e Tecnologia. Aproveitando o seu tempo em Barcelona, visitou a fábrica da SEAT em Martorell para encantar os 2.000 robôs que trabalham 24 horas por dia e que são idênticos aos que interagem com ela no seu trabalho.
Como se sente, rodeada por 2.000 robôs?
É a primeira vez que entro numa fábrica de carros e que me rodeio por tantos robôs. Sinto-me como uma menina numa loja de doces. Estou muito entusiasmada por ver todas estas máquinas a correr à minha volta. É incrível andar pela fábrica e vê-las a colaborar ao mesmo tempo para fazer algo tão complexo como um carro. Até agora trabalhei com eles em laboratórios, mas isto algo com outra dimensão. Todo o edifício é um robô tridimensional.
Onde e como se encontram a arte, a inovação e a tecnologia?
À medida que avançamos para o futuro, os robôs vão-se tornando uma parte fundamental do nosso quotidiano. Como artista, designer e investigadora, quero encontrar formas de mostrar que não são apenas úteis, mas que podem ser significativas para as nossas vidas. E é aí que entra a arte, para apurar realmente o que poderiam ser esses futuros preferíveis com as máquinas.
E como faz isso?
Desenvolvo formas de comunicação através da linguagem corporal, para criar uma ligação entre nós e as máquinas. Quando trabalho com um robô, o que quero é surpreender as pessoas. Todos nós temos expectativas sobre o que eles fazem, e eu quero demonstrar que há muitas possibilidades de usar essa incrível tecnologia, não apenas para automação, mas também para expandir e aumentar as capacidades humanas.
O que vê num robô?
Para mim é um ser com mente e músculos mecânicos. Olho para este grupo de robôs a soldar os corpos e vejo-os como formigas a trabalhar com um objetivo comum.
Graças ao seu trabalho, ganhou o alcunha da mulher que encanta robôs …
Adoro a alcunha! Para mim, isso significa não só falar com eles, mas acima de tudo ouvi-los e espero que, através do meu trabalho, mais pessoas se interessem por robótica, arte e tecnologia e que possa haver mais encantadores de robôs no mundo.
Gostou da visita à fábrica?
Tem sido ótimo vê-los trabalhar. E ver todas as ferramentas que são acrescentadas para os ajudar no seu trabalho. Agora a minha mente está a viajar com muitas ideias para instalações mais criativas e artísticas. Esta visita inspirou-me para o meu próximo projeto, uma coleção de robôs na minha casa em Pittsburgh, capital da robótica americana. É a minha casa de sonho, com todo o tipo de máquinas para jogar e interagir assim que me levanto da cama.
SEAT com a inovação, no Sonar+D
Madeline Gannon foi uma das referências mundiais de criatividade e tecnologia que se uniram na última edição do Sónar+D, em Barcelona. A investigadora ensinou uma das 9 Masterclasses by SEAT, um novo formato de aprendizagem que coloca o talento criativo como um elemento decisivo nos desafios da inovação. Um conteúdo que pode ser acedido através do site www.sonarplusd.com.
Os 2.000 robôs da oficina de automóveis
- Trabalham perfeitamente sincronizados 24 horas por dia
- Coordenam-se com 1.700 funcionários para fabricar a carroceria de um carro a cada 68 segundos
- Podem medir até 6 metros de altura e são capazes de suportar 700 kg
- Têm 6 eixos e podem realizar rotações de até 720º
- Cada robô é capaz de executar até 16.000 pontos de soldagem por dia