A Casa da América Latina associa-se à Passado e Presente – Capital Ibero-americana de Cultura 2017, alargando o âmbito da sua já habitual Mostra de Cinema da América Latina (que se realiza já há sete anos consecutivos) ao espaço ibérico, com a Mostra de Cinemas Ibero-americanos – No escurinho do cinema.
A mostra deste ano prolonga-se por 13 dias, de 4 a 16 de dezembro e tem a curadoria de Carlos Nogueira (Portugal) e Teresa Toledo (Cuba), contando com cerca de 40 filmes e a presença nas sessões de vários realizadores ibero-americanos.
Através do apelo lúdico à memória coletiva, expressa no título – No escurinho do cinema, a mostra constitui uma oportunidade para refletir sobre a criatividade e a diversidade dos cinema ibero-americano, independentemente das convulsões políticas, económicas e sociais da história recente desta vasta região.
Os seus cineastas revelam uma rara capacidade de absorção e integração das referidas convulsões e uma genuína vontade de questionamento e reinterpretação dos eventos que têm afetado um mundo que partilha muito mais do que duas línguas comuns.
Começando por aquele que foi recentemente considerado por uma assembleia de críticos o melhor filme chileno do século XXI, Aquí no ha pasado nada, de Alejandro Fernández Almendras, e terminando com os dois mais recentes filmes selecionados, Tierra mojada, de Juan Sebastián Mesa (competição oficial de curtas-metragens do Festival de Veneza) e La defensa del dragón, da estreante Natalia Santa (Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes), ambos colombianos, a mostra No escurinho do cinema pretende cobrir
um amplo espectro de formatos e géneros, incidindo em particular nas novas vozes (das 30 longasmetragens exibidas, 11 são primeiras obras), em nomes de gerações históricas das cinematografias da região, em documentários de exceção, em obras mais experimentais que integram com sucesso a irrupção das novas tecnologias, não esquecendo filmes que alguns se atrevem já a considerar clássicos modernos.