Início Arte e Cultura FESTIVAL: Concertos em lugares emblemáticos da Avenida da Liberdade

    FESTIVAL: Concertos em lugares emblemáticos da Avenida da Liberdade

    REJJIE SNOW, NAKHANE e STILL CORNERS no SUPER BOCK EM STOCK

    No próximo mês de novembro, o Super Bock em Stock traz as melhores propostas musicais distribuídas pelos palcos espalhados pela Avenida da Liberdade e artérias adjacentes, em lugares emblemáticos como o Cinema São Jorge, os teatros Capitólio e Tivoli, o Coliseu dos Recreios, o Palácio Foz ou a Casa do Alentejo… Depois dos primeiros nomes anunciados, chegam três novas presenças que atestam a qualidade e o ecletismo do festival: o rap de Rejjie Snow, a voz diferenciada de Nakhane e a dream pop dos Still Corners.

    Rejjie Snow nasceu na Irlanda, no ano de 1993, com o nome Alex Anyaegbunam. A música sempre fez parte da sua vida, assim como o desporto e o teatro, uma ferramenta que foi fundamental para o seu crescimento artístico na adolescência. Wu-Tang Clan e Nas foram os primeiros nomes que lhe chamaram a atenção no rap, mas hoje o seu lote de influências é largo ao ponto de incluir o cantor George Michael e o escritor Charles Bukowski, algo que se nota na música que faz. Depois de passar por uma faculdade norte-americana, regressou a Dublin em 2012 com a intenção de seguir uma carreira musical. E as coisas têm corrido bem para Rejjie. O primeiro EP, “Rejovich”, foi editado em 2013 e saltou para o top do iTunes, ultrapassando nomes como Kanye West e J. Cole. “1992” atingiu números astronómicos no Youtube e fez com que o mundo do hip-hop se concentrasse neste talento irlandês. Desde aí, Rejjie Snow não parou de editar singles e vídeos de sucesso, um percurso que culmina agora no disco de estreia: “Dear Annie”. Dividido em três partes, conta uma história de amor e perda, uma autêntica viagem pela alma de Rejjie, uma espécie de rito de passagem que é também uma montanha-russa de emoções para quem ouve – e o público do Super Bock em Stock está convidado a embarcar nesta viagem…

    Não é possível falar da nova (e boa) música que vai surgindo na África do Sul sem mencionar o nome de Nakhane – ele é mesmo apontado como o messias do indie rock sul-africano… Influenciado por nomes como Anohni (Antony and The Johnsons), Radiohead, Marvin Gaye ou Ali Farka Touré (a quem foi buscar Touré para apelido artísitico), Nakhane tem conseguido desenvolver uma linguagem só sua, até porque as suas influências não se ficam pela música pop. Nakhane também é influenciado por autores como James Baldwin ou Henry Miller, influências decisivas para quem se considera um escritor, além de músico e cantor. O disco de estreia, “Brave Confusion”, editado em 2013, foi aclamado pelo público e pela crítica, que se rendeu às capacidades líricas e vocais de Nakhane. Temas como “Christopher” e “Fog” são provas de que essas avaliações são mais do que justas. “You Will Not Die”, o disco de 2018, dá continuidade às boas indicações deixadas na estreia. Produzido por Ben Christopher (Bat For Lashes), trata-se de um disco cheio de charme e dramaticidade, marcado por um caráter pop irresistível, e cujo epicentro é a própria voz de Nakhane, como não poderia deixar de ser. Lisboa aguarda este enorme talento, o Super Bock em Stock cria a ocasião, em novembro deste ano.

    Tudo começou em 2008, em Londres, com o feliz encontro da voz de Tessa Murray com as ideias musicais do produtor e multi-instrumentista Greg Hugher. A formação viria a ficar completa com a guitarra de Leon Dufficy, o baixo de Luke Jarvis e a bateria de Jack Gooderham. Assim nasciam os Still Corners. E o sucesso aparece logo depois, com os singles “Don’t Fall In Love” e “Wish”, temas que causaram impacto suficiente para que o disco de estreia viesse logo a seguir, com a etiqueta da Sub Pop. “Creatures of an Hour” mostrava uma banda sem complexos de assumir as suas tendências mais pop, mas também com a coragem necessária para experimentar e arriscar em vários temas. O segundo disco, “Strange Pleasures”, confirma um som étereo, bem identificativo da banda, familiarizado com a tradição dream pop e synth-pop, sem vergonha de apostar no poder dos sintetizadores, deixando-se influenciar por alguma da melhor música da década de 80. “Slow Air”, editado este ano, mantém a identidade da banda, apesar de as guitarras ganharem protagonismo num registo mais orgânico, minimal e inspirado pelas paisagens de Austin. “Black Lagoon” é um dos pontos altos deste disco e, certamente, um dos temas que os Still Corners prometem trazer a Portugal, na edição deste ano do Super Bock em Stock.